O nematoide-do-cisto da soja (Heterodera glycines) é encontrado, mas principais regiões produtoras de soja do Brasil. 
A disseminação do nematoide-do-cisto se dá, principalmente, pelo transporte de solo infestado. Isso pode ocorrer por meio dos equipamentos agrícolas, das sementes mal beneficiadas que contenham partículas de solo, pelo vento e pela água.

É importante a conscientização dos produtores sobre a necessidade de se fazer boa limpeza nos equipamentos agrícolas

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É importante a conscientização dos produtores sobre a necessidade de se fazer boa limpeza nos equipamentos agrícolas, após terem sido utilizados em outras áreas, para evitar a contaminação da propriedade. O trânsito de máquinas, equipamentos e veículos tem sido o principal agente de dispersão do patógeno no país.


 O nematoide-do-cisto penetra nas raízes da planta de soja e dificulta a absorção de água e nutrientes. Os sintomas aparecem em reboleiras e sua intensidade varia de acordo com o tipo de solo, com a suscetibilidade da cultivar de soja utilizada e com a densidade populacional do parasita no solo. Em geral, condiciona porte e número de vagens reduzidos, clorose e baixa produtividade.


O sistema radicular fica reduzido e infestado por minúsculas fêmeas do nematoide. Essas fêmeas têm formato de limão ligeiramente alongado. Inicialmente são de coloração branca e, posteriormente, adquirem coloração amarela. Após ser fertilizada pelo macho, cada fêmea produz de 100 a mais de 700 ovos, armazenando a maior parte no interior de seu corpo.

Quando a fêmea morre, seu corpo se transforma em uma estrutura dura denominada cisto, de coloração marrom-escura, cheia de ovos, altamente resistente à deterioração e à dessecação e muito leve, que se desprende da raiz e vai para o solo.
O cisto pode ficar viável no solo, na ausência de planta hospedeira, por mais de oito anos. Assim, é praticamente impossível eliminar o nematoide nas áreas em que ocorre. Em solo úmido, com temperaturas de 18ºC a 30ºC, o juvenil de segundo estádio eclode e, se encontrar a raiz de uma planta hospedeira, penetra e o ciclo se completa em três a quatro semanas.  
Durante o ciclo da soja em áreas com a presença deste nematoides, são observadas de três a seis gerações. A gama de espécies vegetais hospedeiras do nematoide-do-cisto é limitada, destacando-se a soja (Glycine max), o feijão (Phaseolus vulgaris), a ervilha (Pisum sativum) e o tremoço (Lupinus albus). A maioria das espécies cultivadas, tais como milho, sorgo, arroz, algodão, tabaco, girassol, mamona, cana-de-açúcar, trigo, assim como as demais gramíneas, não o multiplica. O nematoide-do-cisto também não se reproduz nas plantas daninhas mais comuns nas lavouras de soja brasileiras.

Os Sintomas causados pelo nematoide-dos-cistos (Heterodera glycines)

Os sintomas causados pelo nematoide-dos-cistos (Heterodera glycines) geralmente aparecem em reboleiras, e os mais comuns são clorose e a redução do porte das plantas. O que leva a doença a ser comumente conhecida como nanismo-amarelo-da-soja.

Os sintomas podem progredir e causar a morte das plantas, no entanto, em locais com solos com alta fertilidade e com índice pluviométrico adequados, os sintomas da parte aérea podem nem sempre podem ser visualizados.

Por tanto, o principal diagnóstico do nematoide-do-cisto deve ser realizado através da observação do sistema radicular, que fica reduzido e apresentando minúsculas fêmeas brancas e ou marrom do nematoides.

É importante a conscientização dos produtores sobre a necessidade de se fazer boa limpeza nos equipamentos agrícolas, após terem sido utilizados em outras áreas, para evitar a contaminação da propriedade. O trânsito de máquinas, equipamentos e veículos tem sido o principal agente de dispersão do patógeno no país.


Dr. Cristiano Bellé

Pesquisador da área de Nematologia