A produção mundial de arroz (Oryza sativa L.) atinge anualmente 700 milhões de toneladas. No Brasil, o estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina se destacam como maiores produtores, com mais de 85% da produção nacional deste cereal, ocupando uma área de acima 1 milhão de hectares para o cultivo do arroz irrigado. Diversos problemas de ordem fitossanitária apresentam capacidade para limitar o potencial produtivo da cultura. Dentre estes fatores, os nematoides parasitas de plantas destacam-se no cenário orizícola. Estes micro-organismos são especializados em infectar e prejudicar o crescimento do sistema radicular das plantas. Um dos principais grupos envolvidos neste processo é o de nematoides-das-galhas, considerado de maior importância econômica na agricultura mundialmente.
Apesar da grande diversidade que compõe este grupo e das várias espécies que podem atacar o arroz irrigado, Meloidogyne graminicola é o de maior ocorrência e capaz de causar danos significativos à cultura nas diferentes partes do globo (Figura 1). Estimativas têm apontado que o impacto causado por esse nematoide em lavouras de arroz irrigado está na ordem de 10% a 80%. Os sintomas relacionados à infecção causada por Meloidgyne variam de acordo com a densidade populacional do nematoide, as práticas de manejo utilizadas nas lavouras e a resistência das plantas.
No entanto, os sintomas geralmente começam pela formação de galhas nas pontas das raízes, que prejudicam significativamente o desenvolvimento do sistema radicular, bem como o desenvolvimento da parte aérea das plantas. Esse processo interfere diretamente no fluxo de absorção e transporte de água/nutrientes pela planta, podendo refletir em sintomas na parte aérea como raquitismo, clorose, perda de vigor, retardo na maturação e redução no perfilhamento. Cabe salientar que esses sintomas normalmente são pouco expressivos devido à aplicação da adubação nitrogenada que acaba ocultando, ou até mesmo reduzindo, tais sintomas, permitindo que o problema aumente.
Outro aspecto que também dificulta a observação dos sintomas a campo é o fato desses micro-organismos não serem visíveis a olho nu. Os principais sintomas iniciais da problemática ocorrem no sistema radicular das plantas, ambiente “subterrâneo” de difícil visualização.
Dr. Cristiano Belle
Pesquisador da área de Nematologia
Staphyt BR – Itaara – RS.
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