A matéria orgânica do solo (MOS) pode ser definida como todo material orgânico fragmentado e/ou em decomposição no solo. A MOS é constituída de uma mistura heterogênea de restos vegetais e animais, biomassa microbiana e moléculas orgânicas que podem estar interagindo com as cargas superficiais dos argilominerais do solo.
Como se forma a Matéria Orgânica do Solo?
Os resíduos das plantas representam a principal fonte de entrada de matéria orgânica no solo. Os tecidos vegetais são compostos de diferentes materiais, como celulose, lignina, hemicelulose, pectina, açúcares, proteínas etc. Por sua vez, parte da MOS é o resultado da transformação desses materiais pelos microrganismos do solo, que utilizam essas macromoléculas como fonte de carbono e energia. A composição macromolecular da MOS varia de um local para outro, devido à grande heterogeneidade dos constituintes celulares presentes nos detritos vegetais. Contudo, a nível molecular, pode-se considerar que a MOS é composta principalmente por moléculas de carbono (~ 55%), oxigênio (~ 34%), hidrogênio (~ 5%) e nitrogênio (~ 3%).

A MOS é a principal fonte de cargas negativas permanentes em solos intemperizados. Ou seja, em solos altamente intemperizados, como nos Latossolos (solos caracterizados pela sua coloração vermelha, pH ácido e baixa disponibilidade de nutrientes), a matéria orgânica é a principal fonte geradora de cargas negativas no solo. Isso significa que a capacidade de troca de cátions (CTC), que é uma medida da quantidade de íons catiônicos (Ca2+, Mg2+, K+, Al3+, etc.) que podem ficar retidos nas superfícies das partículas do solo, é dependente do teor de matéria orgânica no solo. Assim, para os solos naturalmente pobres em nutrientes, a matéria orgânica exerce papel chave para a construção e manutenção da fertilidade do solo.

Me. Rodrigo Ferraz
Pesquisador de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas • Instituto Phytus
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